sexta-feira, 14 de setembro de 2012

á maltratar minhas narinas.

Talvez esteja descrente.
Envergonhada por estar descrente, mas a vergonha não anula o sentimento. Cansada de pular linhas, sem saber continuar a frase sem reticências.
lentamente sinto o ar me penetrando as narinas em um momento sucumbido em que meus pulmões se enchem do ar sujo daqui.
Então a poluição maltrata o meu interior, o que faz com que eu assuma, pelo menos dessa vez, que esse excesso me assusta. Ando concentrada de mais em olhar a sombra da janela na parede quando chega a madrugada. Tão concentrada, que só durmo depois que amanhece. Me parece algo meio esquizofrênico, então fecho meus olhos, tentando fugir da beira da loucura em que me equilibro. De olhos fechados percebo meu quarto, tento descobrir se decorei onde esta cada coisa, cada caderno fora do lugar, cada reflexo que a janela pintou na parece a sua frente, cada roupa...e quando abro novamente os olhos, voo num salto olímpico, em curvas desconectas de qualquer tipo de realidade. E por aí escorrem as madrugadas.

Zana Candido
14/09/12