segunda-feira, 8 de julho de 2013

Trago de toda minha madrugada, um jazz brotando dos poros para os ares. É uma mistura de vinho com jazz, música espanhola ou qualquer outra bem executada em escala menor. Uma voz como Louis,Ella ou Buika me mesclam a noite a pensar em lÍnguas. Muitas delas...
Línguas faladas, línguas escritas, linguas cantadas, lambendo outra lingua...lingua nos lábios, no ouvido, no pescoço, no bico dos seios, no clítoris...linguas! Trago no tardar desta madrugada, uma inquietude solitária, uma taça de vinho ao lado, uma música rodando no ar e um cigarro não aceso. 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

solidãol?

    ...Me escrevo a seguinte pseudo carta,
 pois não acredito que possa envia-la para alguém:
-A sensação de solidão me toma, é como um gelo que queima os olhos, fazendo-os transbordar.
Não sei em que parte errei, não sei em que momento as coisas falharam, o que sei é que sinto como se muito tivesse sido pouco.
Posso estar sendo trágica, ou ultrapassado os limites da melodramatização, mas só o que sei é que hoje esse gelo arde meus olhos e esvazia meu peito.
A expressão de dor presente nos meus lábios, também me amarga a boca.
e eu transbordo...transbordo onde sei que morrerei afogada e nem notarão.-

Zana Candido


domingo, 5 de maio de 2013

...Mas é preciso respirar.
O abastecimento do ar dentro do corpo, nunca é o suficiente.
Quando criança, eu questionava à Deus:
-Porque necessariamente temos que respirar? e se eu quiser ficar parada? mesmo quando durmo, quando deito, quando choro...respirar é uma tarefa que nos é dada, sem a opção de viver sem faze-la.
o questionamento era intenso... não tinha pensamentos suicidas, apenas não me contentava com essa obrigatoriedade assim...sem nenhuma opção de não cumpri-la.
-É preciso respirar.
Hoje, não me incomoda mais tal tarefa, nem me intriga.
Gosto de sentir o vento e tudo que ele traz, entrando em mim.
nem todo ar traz certeza, nem todo o ar traz clareza, nem todo ar traz alegria...mas é preciso respirar, aprendi com muito custo, que em vida, não tenho outra opção.

Zana Candido

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

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No início eram cocegas,
como as famosas borboletas no estômago.
Agora parece que se tornou minha gastrite.
O salto se tornou um tombo.

Zana Candido